Câmara Municipal homenageia Alvina Maria Jesus de Oliveira e Conceição de Sousa e Silva
Solenidade foi realizada na Sede da Câmara no dia 27 de outubro de 2023.
Publicado em 30/10/2023 08:53 - Atualizado em 09/11/2023 09:16
A Câmara Municipal de Igarapé realizou na última sexta-feira (27/10), a Solenidade de entrega do título de Cidadania Honorária a senhora Alvina Maria Jesus de Oliveira e s Honra ao Mérito à senhora Conceição de Sousa e Silva. A entrega da placa de homenagem foi feita pelos vereadores Célia Maria do Carmo Pigozo e Norberto Leandro Marques da Silva, autores dos projetos.
Previsto no art. 53 da Lei Orgânica, o título de Cidadão Honorário é uma honraria entregue a uma pessoa importante, por prestar favores que ajudem no desenvolvimento social local. A pessoa homenageada passa a ser conterrânea do município, mesmo que não tenha nascido ou não resida no local que lhe agraciou com a honraria.
Já o Título de Honra ao Mérito é previsto no art. 188 do Regimento Interno e determina que a Câmara Municipal poderá conceder “Título de Honra ao Mérito” às pessoas que tenham praticado relevantes serviços ao município ou praticado ato de alta conotação social e meritória sem interesse pecuniário ou político.
Conheça a história dos homenageados:
- Alvina Maria de Jesus Oliveira
“Alvina Maria de Jesus Oliveira nasceu em primeiro de maio de 1950, na cidade de Itatiaiuçu. Filha de Euclides Ferreira da Cunha e Isaltina Pedrosa de Jesus, pai agricultor e mãe quitandeira, viveu sua infância e a parte de sua adolescência nessa cidade.
Como a maior parte das crianças que moravam no campo naquela época ajudou seus pais nas tarefas diárias a fim de garantir o sustento da família junto com os seus 5 irmãos (Carlindo, Carlito, Geraldo, Divino e Geralda). Suas atividades se dividiam entre o estudo e a lida no campo.
Aos 14 anos surgiu a oportunidade de sair do campo e ir para Belo Horizonte. Lá fez um curso de cabeleireira custeado pelo irmão Carlito, militar e primeiro filho do casal Euclides e Isaltina. No período desse curso, Alvina morou com seu tio até a vinda definitiva da sua família para BH, onde moraram por uns bons anos no Bairro Vista Alegre.
Após o curso, que se tornou sua paixão, Alvina conseguiu um emprego em um salão, que embora não lhe pagasse salário, lhe serviu para praticar o que tinha aprendido no curso. Pouco tempo depois conquistou seu primeiro emprego remunerado, tendo ficado por uns seis anos.
Sempre muito dedicada e zelosa com sua família, trabalhava no salão e ajudava no sustento de casa e de sobrinhos pequenos.
Alvina alçou voos maiores ao ir para um conceituado salão em Belo Horizonte, chamado Vogue, onde também trabalhou por uns seis anos.
Lá começou como ajudante até conquistar o posto oficial de cabeleireira. As clientes passaram a requisitar a Alvina cada vez mais, até que passou a ter sua própria agenda. Fez muitos amigos naquela época e outros cursos de aperfeiçoamento.
Em 23 de fevereiro de 1977, casou-se com Antônio Chaves de Oliveira. Já eram conhecidos desde crianças da época de Itatiaiuçu, pois a irmã de Antônio, Aparecida Chaves, era casada com o irmão de Alvina, o Sr. Carlindo. Tiveram 3 filhos: Antônio Filho (Toninho), Mariana e Ana Maria.
Com a vinda dos filhos, Alvina escolheu se dedicar a família, saindo do seu último emprego, mas não deixou a atividade de cabeleireira de lado. Sempre muito prestativa continuou cortando cabelos de muitas pessoas da família e de amigos por hobby.
Em 1987, se mudou com a família para a cidade de Igarapé em razão do trabalho do seu esposo Antônio na empresa APAIL.
Aqui participou de ações sociais promovidas pela Igreja, por escolas e por associações. Seu engajamento nessas atividades lhe rendeu muitas amizades e reconhecimento por parte de pessoas necessitadas que lhe procuravam pedindo ajuda.
Acompanhou doentes em tratamentos, participou de campanhas de cunho social, cortava cabelos de idosos em casas, asilos e também de crianças em creches, tendo isso se expandido quando seu esposo se tornou prefeito, fazendo com que Alvina se engajasse cada vez mais.
Muito habilidosa com as mãos, sabe bordar chinelo, fazer tricô e já deu curso para mães carentes na cidade, sem contar que é uma ótima quitandeira. Ama fazer bolos, biscoitos, doces e distribuir para pessoas da família.
Atualmente, Alvina segue participando de atividades de cunho religioso e social e é uma pessoa muito querida na cidade.
Alvina é exemplo de amor, carinho e dedicação ao próximo, sempre disposta a ajudar os mais necessitados.”
- Conceição de Sousa e Silva
“Um breve resumo biográfico de uma ilustre filha da bela e progressista cidade de Igarapé. Conceição de Sousa e Silva, nascida na Fazenda Batatal em 12/06/1932, filha de Domingos de Sousa e Isabel Antônia Vieira, sendo a nona filha do casal, num total de quatorze irmãos.
Desde criança, nela já se destacava a preocupação, dedicação e cuidados com o próximo. Naquela época, sempre aparecia na Fazenda Batatais pessoas em busca de trabalho e a carência de recursos para sobreviver era tão grande que muitos trocavam sua mão de obra por um prato de comida, eram dias muito difíceis. Se para algumas pessoas os recursos para a alimentação eram quase inexistentes, o que dizer para cuidar da própria saúde ou de seus familiares?
Percebendo o drama vivido pelos seus semelhantes, dedicou-se ao aprendizado e ao reconhecimento de ervas medicinais que de algum modo eram mais acessíveis no sentido de aliviar o sofrimento físico das pessoas. Por essa ocasião, ainda muito jovem Dona Conceição foi alcançada pelo olhar sensível e atento do eminente farmacêutico Alcides Brás, amigo pessoal de seu pai. Alcides Brás era visita frequente à Fazenda Batatais.
Percebendo sua inclinação natural para o ofício de cuidar, o eminente farmacêutico, repassou-lhe as técnicas de manipulação de ervas e aplicação de medicamentos injetáveis o que ainda faz com maestria até hoje. Cabe ressaltar, no início de suas atividades junto aos menos favorecidos que o atendimento médico ambulatorial era quase inexistente, principalmente em municípios com certa distância da capital.
Exerceu também a função de parteira, ajudando a vir ao mundo muitas crianças, sendo que algumas delas tornaram seus afilhados, tornando-se assim madrinha de 100 dentre muitos Igarapeenses que amparou com suas generosas mãos. Também ocorreu-lhe por aquele tempo o dom natural da intercessão por meio de rezas e orações e como benzedeira pôde promover alívio espiritual e conforto psíquico a muitos que a procuravam.
Sua abnegação e desprendimento pessoal a serviço do próximo sempre foram a causa maior de sua vida, nem os infortúnios foram capazes de mudar-lhe a missão. Viúva aos 51 e mãe de 4 filhos, manteve a altivez e a determinação na continuidade do ofício de servir ao próximo. Cabe ressaltar, que ambas as práticas são até hoje exercidas com muita dedicação e afinco na cidade de Betim. Destacamos também que a Câmara Municipal de Betim, por meio de seus representantes, em reconhecimento aos muitos serviços prestados junto à população, já outorgou duas menções honrosas a essa tão amada e valorosa senhora que hoje já conta seus 90 anos de idade.
Tal homenagem é oportuna e justa a essa cidadã Igarapeense que sempre elevou e honrou o nome de sua terra natal com seu exemplo de vida e amos ao próximo. Cara a todos que se viram acolhidos física e espiritualmente pelo seu desmedido amor. Que sempre doou desde a mais tenra mocidade sua vida, à causa do bem e da caridade.”
por COMUNICAÇÃO